
Depois de dar muitas voltas pensando no mesmo lugar, acabei por cavar um círculo na terra, fui além da superfície. Já pensou se eu encontro um tesouro?
Quando o mundo em torno de nós nos aparenta ser superficial, é porque não demos muitas voltas ou porque precisamos vê-lo assim para agradarmos o nosso próprio ego, uma massagem, um alívio para nossas vidas modernas tão desprovidas de afeto.
Este desdém com o externo é uma desculpa para vivermos a ilusão de que somos poderosos, os maiorais. E porque? Se jamais poderíamos ser mais profundos comparados a infinitude do que nos cerca.
A chave da mudança, acredito eu, é o posto de observação que nos colocamos para admirar o mundo, basta querer enxergar diferente, mudar o ângulo, o foco. Está lá para quem quiser ver, nas pessoas, nas ruas, na nossa casa, no seu travesseiro, nas coisas que vem por acaso, e finalmente, onde mais o ponto de vista alcançar a melhor verdade.
Essa ilusão de que as coisas são rasas, é um fruto podre da falta de humildade. Humildade, esse revés intrínseco a nossa condição de gente faz mesmo umas distorções perigosas. É necessário se dobrar ao mundo, respeitá-lo, e assim ele o respeitará e o retribuirá.
Quando reclamamos do externo, é apenas para nos sentirmos potentes por dentro, um luxo, um capricho humano a qual se paga um preço caro.
Carregando o sentimento de que as pessoas são superficiais, elas serão superficiais, porque o seu coração não quis ir além.
De que o que você ouve é insignificante, será mesmo insignificante, porque os seus ouvidos não quiseram ir além.
Agindo assim, jamais conseguiremos deslumbrar o que também estava ali, mas nossos olhos orgulhosos e viciados não nos permitiram penetrar.
Então meu caro, vamos deslumbrar o que está aqui, ali e aculá. Deslumbrar, é hora de conjugar esse verbo transitivo em todos os tempos.
Bacana... O assunto não faz tanto o meu estilo, mas está bem escrito e bem diagramado no blog... Lembra um pouco aqueles livros de auto-ajuda, mas sem a banalidade e obviedade características desse tipo de texto... Não sei se essa foi a intenção, mas certamente é um caminho a ser considerado, pois atualmente nenhum estilo é tão lucrativo na literatura...hehehe Grande abraço!
ResponderExcluirÀs vezes me pego perguntando se não será isso culpa dessa indústria do entretenimento, que prega o fácil a qualquer custo, exaltando as facilidades pregadas pelas celebridades (facilidades essas que somente eles estão aptos a aproveitar, pois conseguem escapar impunes de qualquer ato, principalmente os ilícitos). Numa sociedade baseada nesses valores tão frágeis é impossível, muitas vezes, ver o que nos rodeia com profundidade.
ResponderExcluirConcordo! Observar é enriquecer-se, é sentir com os olhos o que devoramos em palavras.
ResponderExcluirSer simples...
Parabéns!