às vezes arrisco uma poesia


Prenúncio das Borras de Café.

Levantar de manhã não é o mesmo que acordar para a manhã.
Paralítico na frente do café entre o nada e o além nada, o ultra nada abraçando todo o momento, nem uma nuvem de pensamento, o clarão por si só, as pupilas dilatadas, sem foco, o que se passa aqui?
Compenetrado na mesa que não se vê. Pousado na cadeira que não se sente. E o café da manhã esplendoroso, uma xícara e a colher buscada, é hora de matinar. Joguei muita água na cara, água é vida, não vivo de amanhã, apenas levanto e vou à mesa. Objetivo de vida, objeto na mesa me esperando, não espero, ele me aguarda. Não há nada, é só o café, ando em sua direção, sem a mente se deslocar do sono para o depois do abrir os olhos.
O além nada se foi, uma pena ver as pupilas trabalhando, contraindo o que se passa. O primeiro estalo do dia, em primeiro plano lá em cima, a imagem derradeira. Um prenúncio das borras de café. A lua crescente da noite passada, na xícara de café passado, se parece com os meus olhos castanhos e suas pupilas dilatadas.

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