Confissões na HighWay




Se isso é um blog? Vocês que sabem; dêem o nome que quiser a ele; pra mim, pouco importa; é só mais uma palavra que quer aprisionar tudo que isso daqui pode ser.
E falando em palavra, acho que a pergunta que vale a pena ser perguntada é essa: Quantas palavras o tal do blog pode gerar?
Deixa que eu responda essa.

Olha, o blog me fez tirar o chapéu. Acabou gerando muitas palavras como se pode ver - agora, cá entre nós, se elas todas juntas dizem alguma coisa que presta, são outros quinhentos.
Devo admitir que uma das razões que me deram corda para escrever é a falsa sensação de que você está publicando. Não que você não esteja, mas convenhamos, é só um texto armazenado em um servidor.

Bem, foi assim que admiti o blog no princípio: Um meio simples de escrever e armazenar virtualmente, pronto e acabou.
Mas para meu deslumbre, revelou-se muito mais do que isso. Experimentei a conectividade com o mundo. Não no sentido informático de estar ‘plugado’, mas no sentido ‘humano’. Gozei da sensação de estar mais próximo ao mundo que me cerca, tão próximo ao ponto de conseguir tocá-lo - nem que seja só com essas palavras – e de me fazer conhecido – nem que seja só por você.

O blog também foi o engenheiro responsável pela construção de uma complexa estrutura de ligação no meu cérebro. Essa estrutura, que não é nada mais do que nosso instrumento de linguagem, me fez até lembrar aquelas famosas imagens de cruzamentos nas highways. Só que no caso do blog, a estrutura de pontes e viadutos é composta por minhas idéias; eu; você; suas idéias; e outras avenidas que cortam esse lugar. Sim, você e as suas idéias também cruzam as highways do meu centro nervoso, afinal, eu conto com você e elas na hora de escrever.

E na ingenuidade de todo amador que se preze, achei que tinha em minhas mãos um poderoso instrumento. Até pensei, rindo de mim mesmo “Quem sabe é um berrante pra eu tocar nesse mundão véio sem porteira”.

É claro que isso não passou de euforia de começo de viagem. Na medida em que fui descobrindo mais e mais coisas na web, me achei mais e mais, ‘mais um na rede’ (desculpe a proposital cacofonia, era pra fazer essa parte te saltar aos olhos). Desanimei-me um pouco. Também, é isso que dá ser ao mesmo tempo o observador e o observado no microscópio, não tem como escapar do choque de insignificância dessa lente. E é um duro golpe, manda a gente ao achatado nível dos sem vez, dos sem vozes.

Queremos nos expor, os blogs nos expõem, mas mesmo assim continuamos invisíveis. É tamanha quantidade de informações, relatos, textos, diários, fóruns e o que mais você pensar, que somos aniquilados. Sem falar nas outras mídias: televisão, jornal e etc. que nos dá ainda menor chance de visibilidade. Não estou reclamando, só lamentando a inevitabilidade das coisas.
Não sou de ferro a ponto de não me sentir impotente diante dessa ‘realidade virtual’ saturada(como já não basta-se a própria).


Sinceramente, escrevo por livre e espontânea vontade. Escrevo pelo aperfeiçoamento da razão e da emoção que o ato da escrita nos presenteia. Escrevo para me desenvolver. Mas, confesso, tenho a minha vaidade, nutro a esperança de que isso possa ser lido por alguém (parentes e amigos não valem). Essa esperança faz compensar o árduo trabalho que dá escrever para alguém.

Como já se mostrou antes, não é fácil ser achado nesse palheiro. Chego a comparar a inusitada leitura deste blog por alguém (namorada também não conta, viu amor?), com a seguinte probabilidade: Um infeliz qualquer; entra em consultório qualquer, puxa uma revista qualquer; abre em uma página qualquer; mira os olhos em um parágrafo qualquer e... Lá está... Lá está o meu texto. O infeliz qualquer acaba lendo a minha ‘proeza’, e o mais rápido possível joga a revista longe e sai correndo aos gritos do consultório.

Um comentário:

  1. Meu comentário pode ser suspeito, mas quero postá-lo mesmo assim.
    Seus textos provam o grande potencial que você tem, apenas precisam ser descobertos e com o mundo virual acredito que isso não vai demorar.
    Sucesso meu amor!!
    Beijos

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