RETRATO MAL FALADO DE UM ARTISTA ENQUANTO JOVEM.



Este post é inspirado e dedicado a ingrata busca deste que te escreve: Como encontrar um emprego que sustente uma vida - sem luxo nem lixo - e ao mesmo tempo realize-me pessoalmente? Como deixar o coração e o bolso felizes?

Gostaria muito de combinar essas necessidades tão vitais para nós sonhadores - eita racinha encardida essa! - porém, sei que são duas coisas mesmo complicadas de se juntar, mas vamos que vamos.

Bem, diante deste desafio minha sorte esta lançada, vou tratar logo de ir atrás do meu caminho antes que ele se perca no horizonte para sempre.

E falando em horizonte... Vi lá longe, quase a onde a vista não alcança, uma sentença que vem bem a calhar com meus grilos, aliás, tenho uma fazenda deles:



“Só os pseudo-artistas vivem da sua própria arte.”


Li isso em algum lugar, não me recordo em que oportunidade foi, mas guardei para mim.

Hoje devido às circunstâncias em que me encontro - uma destas fases da nossa vida que queremos que passe rápido antes que se torne um período, aí a coisa desmorona - estou tendo a chance de refletir a citação pela primeira vez de verdade.

É como quem recebeu uma carta há muito tempo, mas que só pôde abri-la na data em que desejava o remetente. Hoje abro essa carta.

Não me considero artista, tão pouco crítico de arte (entretanto como eu não me considero nada, o que me dá brecha para me considerar tudo, posso sê-lo se quiser), e assim sendo, posso manifestar minha emoção a respeito do enunciado lá do alto com o peso da voz da categoria a qual não faço parte.

Acredito que ela fala sobre as pessoas que sobrevivem, melhor dizer, que são sustentadas apenas pelos frutos de suas obras de arte, seja ela o gênero que for. Imagino que a afirmação pensa que estas obras foram subserviente e não podem por isso serem consideradas artes dignas de apreço.

Vou tentar também mostrar meu ponto de vista a partir da afirmação lida de uma nova maneira: “Os verdadeiros artistas não vivem da sua própria arte”.

E porque eu trouxe esse raciocínio todo até aqui? Para poder dizer que é possível ser um artista, e da melhor qualidade, mesmo levando uma vida como outro mortal qualquer, um caixa de banco, um chefe de cozinha, um engenheiro, uma psicóloga e finalmente a minha classe, um publicitário.

Confesso que o raciocínio também serviu para dar crédito a todas as linhas que escrevi neste blog. Como quem diz "Eu também faço arte" - Desculpa o ataque de "modéstia", mas é que um jovem como eu precisa cultivar um certo orgulho para não desistir de tudo.

Esse blog é assim, não se sustenta, não me sustenta, cria por criar, mas precisa arranjar um emprego pra sair da casa da mãe. E então...

...Se a citação lá do alto estiver certa, isto que você lê agora é a mais pura arte-sacra da qual ela se referiu, e por conseqüência, apresento-lhe um novo artista, que não é nenhum expoente do gênero, mas é um, disfarçado de gente comum. Prazer.

2 comentários:

  1. Interessante o texto, gostei da reflexão sobre o que é ser artista... Lembrei até de uma frase do Gandhi! hehe É mais ou menos assim: "A arte da vida é fazer da vida uma arte"... Além disso, a diagramação do blog melhorou bastante!

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